O que significa estar satisfeita(o) com o corpo?
Mas até que ponto se deve procurar à satisfação?
A perfeição não existe. O modelo ideal de beleza não traduz a nossa realidade. Somos pessoas reais, num mundo com relações e situações imperfeitas. Podemos colocar a culpa nos gregos antigos, que foram os responsáveis em buscar uma insana perfeição, ao descobrirem que a música e as artes quando harmônicas despertavam bem-estar e alegria no ser humano, como se ficassem apaixonados por aquela beleza. A mesma ideia foi reproduzida nas estátuas, no período clássico, eram modelos de referências, irretocáveis, que nada tinham a ver com a imagem dos homens, impossíveis de serem igualadas. Do mesmo modo são as fotos de revistas, com truques de maquiagem e efeitos visuais, longe de serem de alguém real.
Então, ninguém consegue ser como a modelo da revista, porque nem a própria modelo é totalmente perfeita. Ficar obcecada pela beleza gera uma eterna insatisfação, em que retoca aqui e ali, e em seguida outra parte também precisa de retoque, e assim vão surgindo outros pontos que precisam ser mudados. É a perfeição como objetivo de vida, tornando-se fonte de angústias. Se você se sente dessa forma, muito cuidado! Nenhuma mudança física será capaz de lhe dar aquela completude que você sempre buscou. O sabor doce e maravilhoso da vida está na imperfeição, em reconhecer em si e no outro o perfeito no imperfeito, o inusitado no satisfatório, o surpreendente no feliz.
Não estou querendo dizer que você não precisa melhorar em nada. Sim, é preciso saber o que pode ajudar na sua autoestima, fisicamente e emocionalmente. O que não pode é querer ser perfeita, porque ela não existe. O primeiro passo é apaixonar-se por você para daí querer fazer mudanças possíveis e agradáveis a sua realidade.
Um excelente 2016 a todos vocês!
Nenhum comentário